A Criação – Um Mero Acidente Cósmico ou Obra Divina?

Tudo se originou do acaso ou foi criado por uma inteligência Suprema?

Somos resultado de um acidente ou mera coincidência cósmica?

Veja bem, é inquietante imaginar que viemos ao mundo por acaso, e que o surgimento do mundo simplesmente aconteceu do nada, que estamos aqui apenas para passar por um ciclo biológico – nascer, crescer e morrer – sem que haja um sentido por trás de tudo isso.

Parece que há em nós um apetite por sentido que nenhuma explicação com base em causas físicas é capaz de satisfazer. Por mais que a ciência tente explicar o funcionamento do mundo, ela não consegue calar essa sede de propósito que pulsa dentro de nós.

É como se suspeitássemos de que não estamos aqui por mera coincidência. É como se algo dentro de nós gritasse por significado e se recusasse a acreditar que somos poeira lançada ao vento, sem direção nem destino, apenas meras obras que surgiram do nada ou por uma mínima coincidência cósmica.

Seria a vida um erro luminoso ou uma falha fértil na engrenagem do universo?

Tudo passou a existir por uma mínima possibilidade do acaso?

Essa pergunta ecoa nos corredores do pensamento humano. E a ciência procura explicar — afirma que o universo surgiu de uma explosão — o Big Bang — e que, por uma série de coincidências improváveis, a vida emergiu neste pequeno planeta azul perdido entre bilhões de galáxias.

Coincidência? Acidente? Apenas isso?

Certamente a Ciência tem alcançado notáveis avanços ao desvendar como o universo funciona — descrevendo com precisão suas leis, forças e estruturas. No entanto, permanece sem resposta a uma pergunta fundamental: por que o universo funciona com tamanha ordem, harmonia e precisão, de modo a permitir a existência da vida?

Por que há ordem e inteligibilidade no universo e não caos e desordem?

“Não é irracional acreditar que há uma Mente por trás da razão do mundo. Irracional seria pensar que essa ordem surgiu do nada e por nada.”

— John Polkinghorne

Segundo Polkinghorne, não é irracional pensarmos que existe um Deus por trás da criação do mundo, pelo contrário, irracional seria pensarmos que não há um Ser Supremo.

Veja bem, se determinadas condições iniciais do universo tivessem sido minimamente diferentes — a força da gravidade, a taxa de expansão do universo, a distância da Terra ao Sol — a vida, como a conhecemos, talvez nunca tivesse surgido ou acontecido.

O ajuste perfeito e preciso das condições do universo apontam para Deus como causa de tudo.

“Parece haver um plano, um projeto. As forças fundamentais do universo foram ajustadas com uma precisão incrível para permitir a existência da vida.”

— Paul Davies, físico e cosmólogo

Note que, se a gravidade fosse um pouco mais forte, o universo teria colapsado sobre si mesmo. Se fosse um pouco mais fraca, as galáxias, estrelas e planetas não teriam se formado, e o universo seria apenas uma nuvem de partículas dispersas.

Se o Sol e a Terra se tocassem, seria o fim instantâneo do nosso planeta, toda a matéria terrestre se vaporizaria imediatamente.

Entretanto, a ciência explica que o Sol e a Terra não se tocam por causa do equilíbrio entre duas forças fundamentais: a gravidade e o movimento orbital da Terra.

A gravidade quer puxar a Terra para o Sol, mas a velocidade orbital da Terra “quer” que ela siga em linha reta. O resultado é um equilíbrio: a Terra fica girando em órbita elíptica ao redor do Sol.

Agora repare, se o universo move-se em perfeito grau de precisão, o mais provável não é que alguém tenha ajustado os números da física com muito cuidado para que tudo funcione perfeitamente?

E se esse equilíbrio entre a gravidade e o movimento orbital é oriundo de um ser inteligente que criou tudo isso?

O fato de o universo ter regras tão bem ajustadas, sugere que há um “arquiteto” por trás de tudo. Muitos acreditam que esse equilíbrio não é apenas fruto do acaso, mas sim obra de um ser supremo que mantém essa harmonia.

“Se encontrássemos um relógio no chão, saberíamos que ele teve um relojoeiro. Da mesma forma, o universo exige um Criador.”

— William Paley

O universo não é fruto do acaso, mas sim de uma inteligência criadora que planejou o cosmos para que a vida fosse possível.

Como a existência da consciência poderia ter surgido sem uma causa inteligente? Como o próprio Universo em seus processos naturais criaria as plantas, o mar, o sol ou tudo que existe com tanta perfeição, sem que haja uma mente Divina inteligente?

E se o que a ciência chama de leis físicas e processos naturais, no fundo é Deus em sua inteligência e poder criando tudo?

“Este sistema tão belo do Sol, dos planetas e dos cometas só poderia proceder do conselho e domínio de um Ser inteligente e poderoso.”

— Isaac Newton

Olhe pra isso, Newton via as leis da natureza como expressões da mente divina. Para ele, o universo era uma criação ordenada por Deus. Newton, era Físico, matemático e ainda convicto de que existe um Deus por detrás da cortina da criação, e que nada surgiu do nada.

“A ideia de que as leis da física e a complexidade biológica surgiram por pura sorte e sem finalidade parece insuficiente.”

— Paul Davies, físico teórico

Como poderia o nada absoluto ter dado origem a tudo o que existe?

Se o nada é absolutamente nada, não tem poder para gerar coisa alguma.

A ciência descreve o Big Bang como o momento em que o espaço, tempo e a matéria surgiram — mas não explica plenamente por que isso aconteceu ou o que existia antes. Porque se não existia absolutamente nada — Nem espaço, tempo ou energia — como poderia ter surgido algo?

Alguns físicos propõem que esse “nada” ou “vácuo” não é o nada absoluto, e que ele tem energia, que partículas podem surgir espontaneamente.

Entretanto, já se argumenta que falar que “o vácuo cria tudo” não responde à pergunta de onde vem essas energias e partículas do próprio vácuo.

Filósofos como Aristóteles e Tomás de Aquino defenderam que deve haver algo eterno, uma “causa primeira”, que sempre existiu e que deu origem ao mundo.

É notável que, apesar da Ciência traçar ótimos argumentos em relação à criação, parece insuficiente.

Apesar disso, a ciência e a fé não são de tudo controversas, e já se fala que é possível que andem juntas. Pois, para muitos pensadores, o começo do universo, como explicado pela ciência, e a ideia de criação contada na Bíblia, são duas narrativas que não se excluem.

Pensa comigo, e se esses dois eventos no fundo são o mesmo? E se o Big Bang for o “Haja luz” de Gênesis?

Muitos teólogos e cientistas acreditam que a narrativa bíblica e a teoria do Big Bang não são opostas, mas sim camadas diferentes de compreensão da mesma realidade.

A ciência não responde à pergunta “para que existimos?”, ela preocupa-se com o “Como surgimos?”

Do ponto de vista científico, não há um “propósito” pré-estabelecido na existência humana. Somos, em termos biológicos, um resultado improvável — mas possível — de uma longa cadeia de eventos naturais.

Curiosamente, quanto mais a ciência avança, mais enfrenta questões que fogem de seus limites: por que, entre tantos seres, só nós buscamos propósito e significado?

Esse simples fato já indica que fomos feitos para algo mais e maior — algo que nenhuma explosão, por mais brilhante que seja, possa produzir. Mesmo que a ciência fale de explosões, de bilhões de anos e partículas em movimento, nenhuma fórmula explica o fato de você se perguntar por que existe.

Nossa consciência clama por sentido, por origem, por destino.

Essa sede por sentido é entendida como um anseio do espírito por sua origem divina. Blaise Pascal, matemático e pensador religioso, ecoa esse sentimento:

“Há no coração do homem um vazio do tamanho de Deus.”

— Blaise Pascal

A alma da criação chama pelo seu criador. Esse vazio pincelado por Pascal, que ecoa no coração do ser humano, é uma busca, muitas vezes inconsciente, mas que, certamente testemunha: “Você foi feito para o teu criador.”

Assim como muitos pensadores, filósofos, e até cientistas perceberam a complexidade do universo como evidência de uma inteligência suprema, e diante disso renderam-se, também estou rendida, e convicta de que não estamos aqui por mera coincidência, mas porque existe um criador.

Como não se render?

Não somos meros frutos de um acidente cósmico, mas do amor e poder de um Ser Divino.

“Eu fiz a terra, e criei nela o homem; eu o fiz; as minhas mãos estenderam os céus”. — (Isaías 45:12)