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DEUS — Produto da Invenção Humana ou um Ser Real?

Seria Deus uma criação imaginária do homem — uma construção psicológica inventada para aplacar nossos medos, vazios e inseguranças existenciais?

Será que Deus não passa de um consolo irreal diante da impotência humana? — Essas perguntas são legítimas.

Veja bem, Sigmund Freud — o célebre psicanalista — argumentava que Deus “não é um ser real”, mas fruto da projeção do inconsciente humano — um pai imaginário nascido da carência afetiva, que ajuda a lidar com a fragilidade humana.

Em sua visão, o homem teria criado Deus para satisfazer suas necessidades de amor, cuidado e proteção. Deus seria como um mecanismo de defesa diante do sofrimento.

Entretanto, surgem questionamentos inevitáveis:
Será mesmo que o ser humano inventou Deus por carência ou seria essa carência justamente uma indicação de que Ele existe?

Freud via Deus como uma ilusão baseada em desejos infantis. Mas será que todo desejo é sinônimo de ilusão?

Embora a crítica freudiana tenha sido influente, muitos pensadores consideram que Freud ultrapassou os limites da psicologia ao querer concluir, com base em premissas psicológicas, que Deus não existe.

Carl Gustav Jung, embora igualmente psicanalista, discordava de Freud, e pincelou uma refutação contra seu argumento:

“O fato de um conteúdo psíquico ter origem inconsciente, não significa que ele não seja verdade.”
Carl Gustav Jung, Psicanalista.

Para Jung, o amor, por exemplo, satisfaz necessidades afetivas profundas, e pode nascer de um impulso inconsciente, mas isso não significa que o amor não exista.

Desta forma, o fato de Freud ter afirmado que a crença em Deus tem origem insconsciente, não prova que Deus não exista ou que seja irreal.

Em última análise, Jung não tentou provar a existência de Deus pela psicologia, mas adverte que reduzi-lo a uma invenção inconsciente é filosoficamente apressado e psicologicamente superficial.

“A fome pode ser explicada biologicamente, mas isso não prova que a comida não exista.”
Alister Edgar McGrath, Filósofo, Cientista e Teólogo.

McGrath, segue a linha de Jung, segundo ele, explicar a origem de uma crença não é o mesmo que invalidá-la, pois, seria como dizer que, porque o ser humano tem fome, e há uma explicação biológica para isso, então a comida não existe.

Nessa perspetiva, o argumento de Freud contra a existência de Deus parece insustentável.

Além disso, há algo curioso na crítica freudiana: ao afirmar que o ser humano inventa Deus por carência, Freud reconhece — ainda que indiretamente — que existe um desejo profundo no coração humano por algo transcendente. Essa “carência” é justamente o que muitos teólogos e filósofos interpretam como um sinal da existência de Deus, e não como uma prova de que Ele não exista.

É como se o ser humano fosse, por natureza, um ser “inacabado”, à procura do seu fundamento último.
Como se sua alma estivesse moldada para buscá-Lo, assim como o pulmão está moldado para o ar.

Surge outra pergunta: Por que haveria no homem o desejo por Deus se Deus não existisse?

“As criaturas não nascem com desejos a menos que a satisfação desses desejos exista. Se temos fome, existe o alimento; se temos sede, existe a água; se temos sede de Deus, isso sugere que Deus existe.”
C.S. Lewis, Filósofo e Teológico.

Lewis oferece-nos uma visão interessante, repare que, o fato de uma criança desejar comida não torna a comida uma ilusão. Pelo contrário, tal desejo aponta para uma realidade.

Da mesma forma, o desejo humano por Deus aponta que Ele seja real, e não de que foi inventado.

Nesta coerente visão de Lewis, o mais provável não é que Deus exista porque o homem o inventou a partir de um desejo, mas que o homem deseja Deus porque Deus já existe.

Todos os autores, acima citados — Lewis, Jung e McGrath — apresentam uma refutação elegante contra a tese freudiana.

Eles invertem a lógica: se todo desejo natural (fome, sede, sono, afeto) tem uma correspondência no real, por que o desejo por Deus seria uma exceção? Seria incoerente que esse desejo tão universal fosse apenas ilusão, enquanto outros desejos têm seu objeto concreto no mundo.

Assim, o desejo por Deus, longe de ser um delírio ou ilusão, é talvez o indício mais profundo de que Ele existe.

Esse “anseio por algo mais” é, para esses pensadores, uma pista de que há um “além”, um “Outro”, um Ser sublime, que dá sentido à incompletude do agora. Assim, o desejo por Deus é um testemunho interior e real: Ele existe!

“A sede por Deus pode ser uma pista de que há uma fonte real para saciá-la, assim como a fome aponta para o alimento.”
Alister Edgar McGrath, Filósofo, Cientista e Teólogo.

Acaso a alma desejaria o infinito ou o transcendente se nada do infinito ou do transcendente existisse? Uma criança faminta pode sonhar com pão, mas esse sonho pressupõe que o pão exista.

A nossa necessidade de respirar pressupõe que o ar exista. Por que o fato do homem desejar Deus não haveria de pressupor que Ele exista?

Claramente, o desejo por Deus não é prova absoluta de sua existência, mas nele vemos a incompletude humana, que busca a “sua parte que falta” — e essa busca tão insistente sugere que é mais razoável admitir a existência de Deus do que reduzi-la a mera ilusão — pois dificilmente desejaríamos com tanta força aquilo que não existe.

Outro ponto é que, se Deus é uma projeção do ideal humano, por que a fé cristã descreve um Deus que exige sacrifício, renúncia, humildade e perdão ao inimigo — justamente o oposto do que o ego humano deseja?

A fé cristã contraria os impulsos naturais do ser humano.

“A religião cristã ensina o homem a reconhecer sua miséria. Um Deus inventado dificilmente exigiria da criatura a cruz e a humildade.”
Blaise Pascal, Matemático, Físico e Teológico.

Se Deus fosse uma invenção humana, esperar-se-ia que Ele fosse uma figura que agradasse às paixões humanas, que legitimasse o orgulho, os impulsos e os desejos. No entanto, Ele exige o contrário.

Se o homem criou Deus, por que Deus o contradiz tanto?
Por que inventar um Deus que contradiz o criador da invenção?

“Se Deus fosse apenas uma projeção humana, por que o homem projetaria algo infinitamente maior que ele e que o confronta moralmente?”
C.S. Lewis, Filósofo e Teológico.

Para Lewis, é muito improvável que o homem egoísta e orgulhoso criasse um Deus que condena justamente o orgulho e o egocentrismo.

Como o homem criaria um Deus que não é uma projeção confortável, mas uma presença exigente que desconstrói o ego humano?

Se Deus fosse uma invenção psíquica para consolo, por que inventaríamos uma figura que nos confronta em vez de nos agradar?

“Um Deus criado para me agradar não me diria para perdoar e amar meus inimigos ou quem me persegue.”
Dietrich Bonhoeffer, Teólogo.

Se o Deus apresentado pelo cristianismo fosse inventado, seria um aliado ao ego humano, e não o aniquilador dele.

Repare que, Deus, ao invés de proteger o ego, o confronta, o chama à conversão. Não é provável que dificilmente isso seria produto de uma fantasia narcisista humana?

Caso Deus fosse uma invenção para consolo psicológico, como propôs Freud, seria de se esperar que Ele fosse sempre permissivo e reconfortante, entretanto, Deus é o oposto disso.

Surge ainda uma outra pergunta provocadora — e legítima:
Se o homem foi capaz de criar super-heróis, personagens mitológicos, lendas e ídolos, por que não poderia ter inventado Deus?

“A ideia de um ser perfeito não poderia vir de um ser imperfeito como o homem, a menos que tivesse sido colocada ali por esse ser perfeito existente: o próprio Deus.”
René Descartes, Filósofo Francês.

Para Descartes, considerado pai da Filosofia moderna, é impensável acreditar que o ser humano teria a capacidade de inventar um ser como o Deus do cristianismo.

Em sua perspectiva, a própria ideia desse Deus é tão elevada, tão além do que o homem por si só poderia conceber.

A ideia de um Deus crucificado é um “escândalo” para o mundo antigo e ainda hoje desafia as concepções tradicionais de divindades. Um Deus que sofre, se deixa matar — essa imagem é inédita e transformadora, entre todos os deuses já mencionados na história da humanidade.

Na maioria das religiões, deuses pedem sacrifícios humanos, no cristianismo, é o próprio Deus que se sacrifica pelo ser humano.

Repare que, a cruz no cristianismo, revela um Deus que ama até as últimas consequências, mesmo quando é rejeitado. Isso inverte todas as expectativas religiosas: Como um Ser Todo-poderoso faz-se servo, deixa-se ser espancado e humilhado pelos homens?

Que homem inventaria um Deus assim?

E se de fato há mesmo algum inventor, por que tal homem nunca se apresentou?

Deveríamos louvá-lo por tamanha genialidade!

Note que, apesar dos avanços do mundo moderno, nem a ciência, nem a psicologia, tampouco a filosofia, são capazes de demonstrar, de maneira evidente e conclusiva a inexistência de Deus.

Pelo contrário, quanto mais a ciência avança, mais vemos marcas e vestígios de sua presença por toda parte: na ordem perfeita do cosmos, no anseio profundo do coração humano, na beleza e complexidade da criação.

É como se Deus tivesse deixado suas digitais, tanto no tecido do universo quanto na interioridade do homem.

Portanto, tudo parece gritar: não foi o homem que criou Deus por carência, foi Deus que criou no homem a carência para que Ele seja buscado.

Assim, longe de ser um delírio infantil, como sugeriu Freud, a ideia da existência de Deus se impõe como hipótese mais provável e racionalmente legítima, para muitos grandes filósofos, cientistas e teólogos.

Pois, que mente finita e limitada, por mais brilhante que fosse, poderia conceber Aquele que transcende todo o entendimento?

Desta forma, tanto o vazio que ecoa no coração do homem, quanto a ordem perfeita que permeia a criação, certamente sugerem que há alguém, por trás de tudo.

Não como fruto da imaginação da criatura, mas como um Ser real. Como Razão última de todas as razões, como Presença que antecede todas as presenças.

Como afirmou Descartes, com toda clareza e convicção filosófica:

“A existência de Deus me parece tão certa como qualquer verdade matemática.”
René Descartes, Filósofo Francês.

Comments (6)

  • Reply Rosária Januário Filipe - 14 de Julho, 2025

    ESTOU ESTUPEFATA COM TAMANHA PROFUNDIDADE!🙌🏾

    “Por quê desejaríamos com tanta força algo que não existe”? “Ainda que indiretamente, FREUD reconhece que existe um desejo profundo no coração humano por algo transcendente”, só o fato de Freud ter tentado explicar Deus pela ausência já é sinal que alguém realmente faz falta, a visão de C.S. Lewis responde de forma clara e direta.
    Que artigo certeiro.👏🏾🙏🏾✨

  • Reply Anónimo - 14 de Julho, 2025

    Nothing more than amazing

  • Reply Anónimo - 15 de Julho, 2025

    Primeiro, eu não tinha noção que a nossa imaginação fosse tão, mais tão poderosa assim ( Ao ponto de fantasiar um ser extremo e superior a nós mesmos).

    Deus não é produto da imaginação humana.
    A imaginação cria personagens, mas Deus, Deus transforma vidas, move almas, e se revela no silêncio, na dor, no amor que ninguém explica. Se fosse apenas invenção, não atravessaria culturas, séculos e consciências com tanta força.

    O homem pode tentar nomear, pintar e definir, mas Deus sempre escapa das margens. Ele é maior que qualquer conceito. Ele é tão real quanto a paz que invade o peito sem motivo.Tão presente quanto o perdão que a gente oferece mesmo quando não consegue explicar.

    Eu sinto ele em mim e isso já é a resposta mais viva que existe.

  • Reply Sebastiana - 15 de Julho, 2025

    Primeiro, eu não tinha noção que a nossa imaginação fosse tão, mais tão poderosa assim (ao ponto de fantasiar um ser extremo e superior a nós mesmos)

    Deus não é produto da imaginação humana.
    A imaginação cria personagens, mas Deus, Deus transforma vidas, move almas, e se revela no silêncio, na dor, no amor que ninguém explica.

    Se fosse apenas invenção, não atravessaria culturas, séculos e consciências com tanta força.

    O homem pode tentar nomear, pintar e definir, mas Deus sempre escapa das margens. Ele é maior que qualquer conceito. Ele é tão real quanto a paz que invade o peito sem explicação.

    Eu sinto ele em mim e isso já é a resposta mais viva que existe.

  • Reply Amunique Andrade - 15 de Julho, 2025

    Quanto mais a ciência avança, mais vemos marcas e vestígios de sua presença por toda parte: na ordem perfeita do cosmos, no anseio profundo do coração humano, na linda diversidade de plantas e animais, no vasto amar tentando consumir a terra, na individualidade e importância de cada 8,1 bilhões de pessoas, em toda essa beleza e complexidade da criação.

    É como se Deus tivesse deixado suas digitais, tanto no tecido do universo quanto na interioridade do homem.

  • Reply Nataniela Gonçalves - 16 de Julho, 2025

    “Se o homem criou Deus, por que Deus o contradiz tanto? “ O “Deus” exigente que nos convida a desafios desconfortáveis é uma inversão poderosa que quebra o padrão psicológico esperado.
    Esse artigo foi escrito com uma argumentação sólida e envolvente, principalmente para quem já está inclinado a acreditar na existência de Deus ou, ao menos, aberto à reflexão filosófica e existencial sobre o tema. Parabéns!👏

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